Pós-verdade favorece intromissão da fé religiosa na realidade cotidiana

Não é apenas nos assuntos sobre politica e na economia que a direita quer dizer o que as pessoas devem ou não fazer. Direitistas de outros ramos se aproveitam do clima que os favorece para, de forma bem autoritária, egoísta e até gananciosa, impor seus pontos de vista pessoais e transformar as pessoas numa manada a obedecer de forma anestesiada e satisfazer os interesses das classes opressoras.

Para fortalecer ainda mais o domínio dessas outras forças de direita, vivemos num mundo da pós-verdade, onde o virtual e o real são confundidos e onde conceitos são definidos com base não na análise, na observação racional, mas na convicção, aquilo que os religiosos chamam de "fé". Hoje, há uma boa parcela da sociedade, preguiçosa em raciocinar, que prefere acreditar, se baseando no prestígio da fonte de informação.

Uma época em que sobram dúvidas sobre o que é verdade ou não, ao mesmo tempo que poucos se dispõem em usar a logica para verificar, é perfeita para que grupos com interesses mesquinhos se empenhem em tentar fazer com que multidões gigantescas moldem suas mentes para que pensem igualmente a esses grupos particulares com interesses próprios.

Religiosos são o grupo mais forte entre eles e o fato de acreditarem em uma liderança universal (que eles chamam de "Deus") fortalece o seu autoritarismo, pois na sua opinião, tudo que acontece na Terra está abaixo das decisões e opiniões de uma liderança universal, que tem a autoridade e a prerrogativa de decidir sobre tudo que acontece no universo, planeta Terra incluído.

Esta submissão cega e um tanto irracional a uma suposta liderança universal que nunca apareceu aos seres humanos serve de motivo para que religiosos imponham seu ponto de vista pessoal a ponto de interferir na liberdade alheia. Muitas atrocidades estão sendo cometidas em nome da fé religiosa e da crença em um liderança que defende a ordem e a conservação de interesses privados de religiosos.

As religiões na verdade, sempre se basearam em lendas para a construção de seus dogmas. Muitos absurdos, coisas impossíveis de acontecer são narradas em obras consideradas sagradas e que por estarem associadas a uma liderança universal "que pode tudo", nunca são questionadas.

Podemos considerar esses dogmas uma espécie de pioneirismo na confusão entre o real e  virtual. E a retomada desta confusão, graças ao sistema da pós-verdade, caracterizado por um festival de mentiras espalhadas entre as pessoas com a intenção de preservar interesses particulares, reforçou o dogmatismo religioso (no caso do Brasil, o dogmatismo cristão), criando uma espécie de fundamentalismo.

Este fundamentalismo, por sua vez, cria uma espécia de milícia a patrulhar todo o cotidiano atrás de algo que vai contra os dogmas e favorece as atrocidades cometidas por religiosos que se acham no "direito" de mandar no cotidiano das pessoas em geral.

É algo perigoso que pode até matar. É preciso aprendermos a usar a lógica e fazer de tudo para barrar o fundamentalismo cristão. Uma ideia imposta por uma suposta liderança universal que até o momento se mostra fictícia, até prova ao contrário, não pode guiar o cotidiano de uma sociedade diversificada onde nem todos compartilham da crença nos mesmos dogmas.

Que os religiosos aprendam algo realmente cristão e que eles tem esquecido frequentemente: o respeito ao direito das outras pessoas. Independentemente de crenças e atitudes.

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